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RAQUITISMO DAS SOQUEIRAS

Análise de raquitismo-das-soqueiras (RSD)

Introdução

O Raquitismo-da-soqueira (RSD) é causado pela bactéria Leifsonia xyli subsp. xyli. A doença está disseminada em todos os estados do Brasil e em todas as variedades. È considerada uma doença invisível e traiçoeira, pois não apresenta sintomas que o identifiquem no campo, sendo sua correta identificação possível somente em laboratório. A despeito dessa dificuldade, seu prejuízo é notado pela redução da produtividade e antecipação da reforma do canavial. Seu único método de entrada numa área nova ocorre pelo plantio de toletes contaminados, não identificados previamente e a partir daí, a disseminação para outras plantas é feita pela colheitadeira. A percepção da doença pelo produtor ocorre em plantas adultas e já instaladas no campo, quando não existe mais possibilidade de controle da doença.

Importância da doença:

Não existe nenhum dado sobre o dano que a doença causa nas variedades brasileiras atualmente cultivadas. No entanto, resultados de pesquisa em outros países produtores de cana-de-açúcar mostram claramente que raquitismo-das-soqueiras é a principal doença da cultura. O Quadro abaixo mostra a quebra de produtividade nesses países:

 

 

 

Disseminação da doença pela colheitadeira:

A figura abaixo mostra que a disseminação da doença a partir de um tolete contaminado variou de 3,9 a 7,3 metros no primeiro corte e de 8,8 a 11,5 m no segundo corte.

Objetivo das avaliações

O controle do raquitismo-das-soqueiras da cana-de-açúcar somente é possível pelo plantio de mudas reconhecidamente livres da bactéria. Como a identificação segura da doença é possível exclusivamente em laboratório, o sucesso de um canavial está intimamente ligado ao exame diagnóstico do material propagativo antes de seu plantio no campo. Assim, a produtividade de um canavial vai estar condicionada ao exame prévio dos toletes que serão empregados no plantio.

Recomendações para coleta de amostras para diagnóstico

 

Cada amostra deve ser composta de até 100 colmos por área (talhão, gleba, seção, etc.) para cada variedade. As amostras devem ser coletadas em canaviais com idade acima de nove meses. Embora não se conheça a ocorrência de diferenças entre colmos colhidos ao acaso e colmos finos escolhidos, é recomendado dirigir as amostras para perfilhos suspeitos de infecção pelo agente causal. A bactéria está mais presente na parte basal, mais madura do colmo, ou seja, nos primeiros nós a partir da base de plantas adultas. Recomenda-se não utilizar instrumentos de corte para a coleta do material. Esta deverá proceder através da quebra das canas na base. Deve-se também evitar colmos com perfuração de broca.

O quadro abaixo mostra as informações que devem acompanhar as amostras. É muito importante o preenchimento de todos os campos (Variedade, Corte, Seção/Talhão, Se houve tratamento térmico e Número de Amostras). Tais informações são extremamente úteis para o monitoramento das áreas ao longo dos anos bem como sua disseminação para áreas vizinhas.

 

Quadro 1. Procedimento das especificações do material enviado para o diagnóstico.

Metodologia para extração da seiva de xilema

Para a extração do fluido vascular de cada um dos colmos amostrados é necessário seguir corretamente os seguintes passos:

1. Limpar os colmos com pano úmido, evitando a contaminação por partículas de solo e outras impurezas;

2. Entre o segundo e terceiro entrenó da base para cima do colmo, fazer um corte em bisel na parte inferior e um corte transversal na parte superior. Os cortes das extremidades deverão ser efetuados em colmos individualizados, para posterior extração da seiva de xilema.

 

3. Emprega-se um compressor de baixa pressão com uma adaptação de uma teteira de borracha (tipo ordenhadeira) na extremidade mangueira para facilitar o encaixe do tolete a fim de facilitar a extração da seiva. Colmos coletados na parte da manhã produzem maior volume.

Figura 2. Compressor adaptado com teteira de borracha (tipo ordenhadeira).

4. Coletar no mínimo 0,5 ml do fluído vascular de cada colmo amostrado, em microtubos plásticos com capacidade para 1,5 ml.

4. Coletar no mínimo 0,5 ml do fluído vascular de cada colmo amostrado, em microtubos plásticos com capacidade para 1,5 ml.

Figura 3. Acondicionamento do fluido vascular em microtubos de 1,5 ml.

5. Colocar Cloreto de Aquil Dimetilbenzil Amônio (produto comercial amônia quaternária) em cada microtubo para preservação da amostra. Se o volume da seiva da cana for de 0,5 ml, a quantidade do produto comercial puro (contendo 3% do produto ativo) a ser adicionada em cada microtubo é de duas gotas. Enviar o mais cedo possível para análise laboratorial.

Métodos de avaliação da presença da bactéria nas amostras

O método sorológico é o empregado em todo mundo para análise de rotina de raquitismo-das-soqueira. Dentro dessa técnica, o “dot blot” é o empregado nas análises do LAGEM:

a) Sorologia “dot blot”

Por este método é possível conhecer os diferentes níveis de infecção:

Não detectas ou limpas: abaixo de 106 células bacterianas por mL de seiva vascular;

N3 – baixo: ocorrência de 107 células bacterianas por mL de seiva vascular;

N2 - médio: ocorrência de 10 8 células bacterianas por mL de seiva vascular;

N1 - alto: ocorrência acima de 109 células bacterianas por mL de seiva vascular.

Figura 4. Membrana com vários níveis de infecção.

5. Colocar Cloreto de Aquil Dimetilbenzil Amônio (produto comercial amônia quaternária) em cada microtubo para preservação da amostra. Se o volume da seiva da cana for de 0,5 ml, a quantidade do produto comercial puro (contendo 3% do produto ativo) a ser adicionada em cada microtubo é de duas gotas. Enviar o mais cedo possível para análise laboratorial.

Métodos de avaliação da presença da bactéria nas amostras

O método sorológico é o empregado em todo mundo para análise de rotina de raquitismo-das-soqueira. Dentro dessa técnica, o “dot blot” é o empregado nas análises do LAGEM:

a) Sorologia “dot blot”

Por este método é possível conhecer os diferentes níveis de infecção:

Não detectas ou limpas: abaixo de 106 células bacterianas por mL de seiva vascular;

N3 – baixo: ocorrência de 107 células bacterianas por mL de seiva vascular;

N2 - médio: ocorrência de 10 8 células bacterianas por mL de seiva vascular;

N1 - alto: ocorrência acima de 109 células bacterianas por mL de seiva vascular.

Considerações finais

Essa doença é a principal da cana-de-açúcar e o homem tem uma importância capital na sua ocorrência. A bactéria não sobrevive no solo, permitindo que a reforma de uma área contaminada possa ser feita imediatamente. A bactéria não se abriga em ervas daninhas presentes num canavial. Nenhum inseto tem capacidade de transmitir a doença. A única maneira de o patógeno ser introduzido numa área nova é pela ação do homem com o plantio de toletes contaminados. Em seguida, a doença aumenta num talhão através dos implementos agrícolas. O exame diagnóstico tem função de orientar trabalhos de futuras multiplicações de clones ou variedades, estabelecendo a real necessidade do uso do tratamento térmico para controlar o raquitismo da soqueira. Mesmo nas áreas onde o nível de infecção das canas for baixo, nas futuras multiplicações é necessário fazer uso do 6 tratamento térmico e da desinfecção de colheitadeiras e facões usados no corte e na picagem das mudas, de maneira a evitar o aumento da incidência da doença dentro da própria área ou para talhões vizinhos.

As amostras sempre deverão ser remetidas ao LAGEM/UFSCar – Araras. Quando o número de amostras for grande, recomenda-se agendamento!!!

Observação:

O LAGEM pode fornecer um número limitado de microtubos e solução para preservação. Sugere-se telefonema para saber da disponibilidade. Os microtubos serão devolvidos limpos e esterilizados após a análise, junto com a entrega dos laudos ou retirados na entrega do próximo lote de amostras.

Equipe:

Responsável: Prof. Alfredo Seiiti Urashima (PhD em proteção de plantas)
Equipe técnica: Nathalia Fadel, Monique Ferreira da Silva (Analistas)

Endereço para envio da amostra:


Universidade Federal de São Carlos
Centro de Ciências Agrárias
Departamento de Biotecnologia e Produção Vegetal e Animal
Rodovia Anhanguera, SP-330, KM 174, CP 153
CEP 13600-970 Araras, SP

Fone: (19) 3543 2656

e-mail: alfredo.urashima@ufscar.br

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